Mais de 50% de todas as demências nos idosos foram disparadas pelo Alzheimer, que é progressivo e leva a quadros mais graves em média de seis a oito anos
O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe o professor e especialista em Geriatria Julio Cesar Moriguti, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre demências.
Condição caracterizada pela perda da função cerebral, na demência o indivíduo apresenta problemas cognitivos, de memória e raciocínio, que afetam também a linguagem, o comportamento e alteram a própria personalidade do paciente, prejudicando a qualidade de vida do indivíduo.
Segundo o professor, existem vários tipos de demências, sendo a mais comum nos idosos a demência irreversível, provocada pela doença de Alzheimer. Moriguti diz que esse tipo de desordem engloba mais de 50% de todos os tipos de demência nas pessoas de idade avançada.
Algumas demências, comenta o professor, são potencialmente reversíveis se tratadas rapidamente em seu início. É o caso das causadas por hidrocefalia de pressão normal, tumores no lóbulo frontal do cérebro, tireoidites, pseudodemência depressiva, alterações do lúpus, renais e hepáticas. No entanto, para os demais tipos, Moriguti explica que a doença é progressiva, tendo como principais sintomas os ligados a esquecimentos frequentes de fatos, afazeres e nomes importantes. A evolução da demência de leve para uma fase avançada varia de caso para caso; porém, adianta o professor, em média progride para quadros graves entre seis e oito anos.
Moriguti afirma que as demências podem provocar delírios na fase mais avançada da doença. Mas, se acontecerem abruptamente, necessitam de investigações rápidas de especialistas, pois podem ser indícios de Acidente Vascular Cerebral e infarto, por exemplo.
Como forma de retardar a evolução da doença, o professor lembra das atividades físicas, dos treinamento de memória, da leitura, palavras cruzadas e Sudoku como importantes aliados para os idosos acometidos pela demência em fase leve. Já os quadros mais avançados precisam de auxílio de profissionais, como terapeutas ocupacionais, psicólogos e fisioterapeutas.
Fonte: Saúde Sem Complicações (USP)