Dormir bem é fundamental para a saúde em geral, inclusive para a saúde cardiovascular. Há alguns anos, pesquisas têm associado distúrbios do sono a problemas metabólicos e do coração. Agora, uma análise de estudos reforçou esse risco, concluindo que pessoas que dormem cinco horas ou menos por noite têm 69% mais chances de sofrer um infarto do que aquelas que não têm insônia.
Os pesquisadores analisaram mais de 1.200 estudos publicados entre 1998 e 2019, que avaliaram a relação entre insônia e infarto do miocárdio. Após a exclusão dos estudos enviesados, nove estudos foram selecionados para a análise final, incluindo mais de 1 milhão de pessoas com idade média de 50 anos. As pessoas que sofriam de apneia do sono foram excluídas da análise. Das pessoas avaliadas, mais de 153 mil tinham insônia.
Os resultados foram publicados no periódico científico Clinical Cardiology e apresentados nas sessões científicas do Congresso Americano de Cardiologia em março de 2023.
A insônia é definida como a dificuldade persistente em adormecer ou dormir, despertar precocemente ou ter dificuldade em voltar a dormir, resultando em prejuízos diurnos. A Organização Mundial da Saúde estima que quatro em cada dez pessoas têm alguma dificuldade para dormir.
Problemas cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo. Vários estudos já demonstraram que mais de 80% das doenças poderiam ser evitadas com um estilo de vida saudável e gerenciamento adequado dos fatores de risco conhecidos. Desde o segundo semestre de 2022, a Associação Americana do Coração incluiu o sono de qualidade como um dos oito itens essenciais para a saúde do coração.
O sono é importante não apenas para descansar, mas também para regular o organismo em geral. Durante o sono, nosso organismo realiza processos metabólicos e hormonais necessários para o sistema cardiovascular. A insônia altera o eixo neuro-hormonal, que envolve o hipotálamo e as glândulas adrenal e pituitária, responsáveis pela produção de hormônios relacionados à atividade diária e pela produção do cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”. O cortisol aumentado acelera o processo de aterosclerose, a formação de placas de gordura nas artérias que levam ao infarto agudo do miocárdio.
Os pesquisadores avaliaram a duração do sono de mais de um milhão de pessoas e constataram que aqueles que dormiam menos de cinco horas por noite têm um risco até 69% maior de sofrer um infarto em comparação com aqueles que não têm insônia. O estudo também mostrou que aqueles que dormem seis horas têm um risco menor de infarto em comparação com o grupo que dorme menos do que cinco horas.
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Via UOL Viver Bem